2012/02/22

dos portugueses


No que toca à força anímica, não obstante a realidade se apresentar mais complexa e menos estremada do que a fórmula que enuncio a seguir, os portugueses dividem-se, grosso modo, em miserabilistas e cultores da “nacional fanfarrice”, i. e., ora encontramos compatriotas descrentes dos feitos do passado e nas perspectivas do futuro, ora deparamos com acérrimos defensores da exaltação de uma nação prodigiosa à qual está reservada um destino grandioso e iniludível, um protagonismo exclusivo determinado pelo demiurgo - que encontra eco, p. ex., no mito do V Império, desígnio que se cumprirá um dia (?) Pessoalmente, julgo-me num quadro mais colorido do que este, redutor, que acabei de referir. Algures a meio caminho entre um extremo e o outro, podendo tal dever-se à descrença na prática actual de valores basilares da civilização como o exercício da Justiça e o apego à Verdade